Menopausa

Menopausa

Data: 22 de agosto de 2022

A menopausa é uma fase natural na vida que passaremos todas, exceto as que morrerem antes.
O termo menopausa foi cunhado pelo ginecologista francês C.P.L. Gardanne que, em um estudo de 1812 sobre esta fase da vida, somou duas palavras gregas que significam mês e fim (ménépausie)
O termo cientifico até recentemente usado para caracterizar todo o período de transição da fase procriativa para a não – procriativa era climatério, sendo menopausa uma referencia apenas à última menstruação. Entretanto, popularmente, ficou consagrada a denominação de menopausa para todo o período. Recentemente a Organização Mundial de Saúde, em publicação de estudo técnico especial sobre o período anteriormente chamado de climatério, abolindo, portanto, este último.
O período é de aproximadamente 15 anos (dos 45 aos 60 anos, segundo alguns autores, e dos 50 aos 65, na opinião de outros), caracterizado ou não por períodos de irregularidades menstruais, culminando com a ultima menstruação.As alterações do ciclo mais comuns são fluxos aumentados ou diminuídos, com maior ou menos freqüência. Entretanto, muitas mulheres não passam por essas alterações e só percebem que não estão mais menstruando muitos meses após a última regra.
É o fim do período fértil, da capacidade orgânica natural de gerar filhos, que começou na puberdade com a primeira menstruação, chamada menarca.
É o fim dos ciclos ovulatórios. Por volta dos 50 anos, os ovários estão produzindo uma quantidade muito pequena de seus hormônios (estrógenos e progesterona), cuja principal função era de preparar o corpo da mulher, particularmente o útero e as mamas, para a gravidez e a lactação.
A menopausa é considerada precoce quando acontece antes do tempo, por volta dos 35-40 anos. Isso pode ocorrer naturalmente, sem que se ache uma explicação; ou, como é mais freqüente, pode ser causada por uma intervenção cirúrgica: retirada dos ovários (ooforectomia uni ou bilaterla), do útero ( pela intervenção com o fluxo sangüineo dos ovários, ou indiretamente por ação endócrina – nesses casos há uma insuficiência ovariana secundária) ou laqueadura de trompas (seja por lesão acidental de vasos ovarianos, ou, como no caso das histerectomias, por insuficiência ovariana secundária).
Alguns estudos relacionam uma característica hereditária na data da menopausa. Devemos investigar também a ação nociva para os ovários de radioterapias, da exposição a raios X ou alguma possível influencia de parotidite (caxumba), que poderia ter lesado tais órgão, causando uma menopausa precoce.
A menopausa precoce é geralmente uma condição patológica, pois o corpo não teve tempo de se adaptar às mudanças físicas, bioquímicas e funcionais da idade. A mulher pode então sofrer com sintomas físicos e psíquicos.
Uma menarca (primeira menstruação) tardia não implica, necessariamente, menopausa também tardia. Alguns estudos defendem inclusive o contrário: mulheres com menarca precoce e menopausa tardia e vice-versa. Seriam tendências (genéticas? Ambientais? Ambas?) quanto a se ter uma maior ou menor vida fértil.
A menopausa pode vir repleta de sintomas, poucos e esporádicos, ou ser totalmente assintomática, a não ser pela alteração menstrual. Pode ser normal a presença de um ou vários sintomas, como também o não sentir nada.
Podemos identificar a menopausa com exames bioquímicos, pelos quais é possível perceber alterações relativas à fase anterior, principalmente dos níveis de estrógeno, progesterona (hormônios ovarianos) e dos hormônios hipofisários FSH e LH (folículo-estimulante e luteizante, respectivamente). Enquanto os hormônios ovarianos estão diminuídos, alguns hipofisários estão aumentados.
Menopausa é crise, assim como foi a adolescência, apesar de todas as diferenças. Os momentos de crise são importantíssimos para nossa existência, nosso processo evolutivo e bem-estar futuro. A vivencia da menopausa de forma plena e equilibrada é fator decisivo para a qualidade de vida dos longos anos que ainda teremos. Aqui também não será possível, e certamente pouco benéfico para nossa saúde mental, pularmos etapas, tapar os olhos e os ouvidos, fingir que não é conosco, que não nos interessa. Mulheres incríveis, como a escritora australiana Germaine Greer, afirmam que “há vida após a menopausa”. Nós acreditamos.

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