APARIGRAHA

APARIGRAHA

Data: 26 de janeiro de 2020

APARIGRAHA

 

APARIGRAHA – esta palavra significa não cobiçar. Há um certo estado neurótico no que se refere à aquisição de objetos de desejo, uma perturbação na manutenção desses objetos e uma frustração quando os perdemos. Os bens materiais não são o problema, mas a nossa relação com eles. A noção de propriedade é algo muito forte, principalmente nos paises ocidentais.

As nações agem umas em relação às outras, como se fossem aves de rapina. Os bloqueios econômicos levam os paises mais fracos à miséria e ao sofrimento social. A manipulação de forças econômicas, a moderna “globalização” são expressões internacionais dos grandes grupos econômicos que destroem os conceitos de respeito e integridade às culturas nacionais e regionais, de direitos adquiridos, de liberdade individual, causando um verdadeiro “horror econômico” no plano internacional. Ainda não somos uma humanidade civilizada! Somos governados pelas coisas. As riquezas se tornaram o epicentro das nossas vidas. Damos uma importância extraordinária às riquezas. Com isso, nos tornamos infelizes, porem, mais ricos. Quanto mais possuímos, mais energia mental e nervosa necessitamos para manter o que temos. Nossa casa deve ser um lugar feliz, leve alegre e não algo pesadamente suntuoso. Essa energia que gastamos para manter bens materiais com avidez, poderia ser empregada em coisas mais importantes para a nossa felicidade espiritual.

Temos muito medo da perda material. O medo da perda esta associado ao sentimento de posse. A posse de um objeto e o conseqüente medo de perde-lo, é uma fonte de infelicidade. A questão da posse se manifesta também em relação a bens que são de natureza mais sutil. Temos o sentido de posse pelos sentimentos dos outros. É um tipo diferente de posse, mas o principio é o mesmo. De outras vezes temos grande apego à nossa forma de pensar, nos apegamos às nossas próprias idéias, como se nossas idéias e construções intelectuais fossem a expressão da verdade.

Com certeza, há uma ligação neurótica em relação à posse das riquezas. Não sabemos mais dar valor à simplicidade, hoje, símbolo de incapacidade individual. É importante que sejamos proprietários donos de alguma coisa. Mas, não devemos nos entregar à neurose social em busca do muito, da riqueza sem fim.

Primordialmente não se preocupe com a maioria. A maioria quase sempre está errada. Se a maioria não tem ética, que isso não seja uma justificativa para que nós não tenhamos a nossa ética. O difícil é ser diferente, difícil é manter nossa individualidade e coerência, mesmo que estejamos sós. Se você está dando os primeiros passo na yoga, a ética é a base.

(Acharya Kalyama)

 

“Querer pessoas, objetos, bens, tudo isso faz parte do instinto humano, mas o quanto de energia empregamos para manter o controle sobre isso é que temos de equacionar.”

Abraços de coração para coração

Angela Campelo

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